Final Chica: O cinema de terror da Costa Rica







A Costa Rica começou sua produção cinematográfica em 1913, quando o primeiro cinematógrafo chegou ao país. O trabalho de registro do cotidiano era feito por fotógrafos, como Amando Céspedes Marín. O cinejornal, de mais ou menos dez minutos, tornou-se uma coqueluche entre os costa-riquenhos, que iam ao cinema para se informar, coisa que era comum também nos Estados Unidos, Inglaterra e França.
 
 

O primeiro longa-metragem de ficção costa-riquenho só seria lançado em 1930. O filme, chamado El Retorno, foi dirigido pelo italiano Albert Francis Bertoni.  Enquanto os outros países da região tinham o cinema a serviço da propaganda política de suas ditaduras, na Costa Rica, os diretores possuíam liberdade para contar suas histórias. E muitos gêneros foram abordados. Mas só em 2008 o cinema de terror seria explorado no país. 
 
O primeiro filme é  El Psicópata: El triángulo de la muerte, dirigido pelo diretor Luis Mena. O longa-metragem explora alguns crimes que aconteceram na Costa Rica entre 1986-1996. O criminoso em questão, responsável por todas essas mortes, teria um tipo de anomalia psíquica. A película é uma produção de baixo orçamento e, mesmo que não tenha sido um sucesso de crítica, abriu as portas para outras produções, como La Región Perdida (2009), dirigida por Andrés Heidenreich. Esse longa aborda uma das figuras mais conhecidas da Costa Rica, o médico Ricardo Moreno Cañas. Depois de sua morte, muitos milagres foram atribuídos ao doutor e, até hoje, ele é considerado uma figura mística no país. O filme é uma mistura de terror e cinema documental. 

Em 2010, mais dois longas do gênero foram produzidos em solo costa-riquenho: Donde duerme el horror e El Sanatorio. Donde Duerme el horror, dirigido pelos irmãos Adrián e Ramiro García Bogliano, foi realizada por um dos maiores produtores de cinema da Costa Rica, Óscar Castillo. Antes de aportar em solo costa-riquenho, os Bogliano eram conhecidos na cena de terror, pois desenvolveram alguns projetos do gênero na Argentina, como Habitaciones para Turistas — um longa-metragem que Adrián levou cinco anos para finalizar e que teve uma repercussão muito grande no exterior, mas que nunca foi lançado comercialmente no país, Grite Uma Noche (2005) — também aclamado internacionalmente, entre outras produções. Donde duerme el horror foi a quinta película dirigida por Adrián e o segundo longa-metragem dirigido por Ramiro. Eles também codirigiram o filme Masacre esta Noche, uma coprodução entre a Argentina e México.  Donde duerme el horror é uma história sobre um grupo que faz um assalto e vão para um hotel. Logo começam a acontecer um monte de coisas terríveis com os assaltantes, as quais envolvem bruxaria e mortos que voltam a viver. Tudo causado por um amuleto um tanto peculiar: a mão de um macaco.

El Sanatorio, por sua vez,  foi dirigido por Miguel Gómez e é uma espécie de found footage, filmado no Sanatório Dr. Carlos Durán. Esse lugar era uma clínica muito famosa na Costa Rica, destinada para o tratamento de tuberculosos, tendo funcionado até 1973. Depois de fechado, muitas pessoas dizem ver assombrações no local. Na história do longa-metragem de Gómez, jovens vão para o antigo prédio, a fim de fazer um filme documental, mas acabam surpreendidos por uma atividade paranormal. Jovens, documentário, e locais mal assombrados: uma mistura que nunca dá certo na história do cinema de terror. Em 2012, Gómez lançou seu segundo longa-metragem, chamado El Fin. O filme é um road movie, misturado com terror. Jovens vão para uma praia e, no caminho, dão carona para um padre e uma jovem grávida. Depois disso, coisas sinistras começam a acontecer. A película de Miguel Gómez foi o último filme de terror produzido na Costa Rica até o momento.


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