[Especial Robert Englund]: Galáxia do Terror (Galaxy of Terror)



 



Primeiramente, eu gostaria de dizer que não sou uma grande entusiasta de filmes de ficção científica que acontecem no espaço. Sempre achei uma grande bobagem aqueles ambientes cheios de botões, onde os personagens começam a apertá-los, indiscriminadamente, principalmente em situações de perigo. Já tentei assistir a série Star Trek e não consegui me apaixonar pelo enredo. Eu até gosto da franquia Star Wars, mas foi algo que veio com a maturidade. Então, quando eu li a sinopse de Galaxy of Terror (1981), não vou mentir. Tive um certo preconceito com o longa. E eu estava certa. O filme, produzido por Roger Corman, e que conta com a participação de James Cameron em seu corpo técnico, não é bom mesmo. Ele é o típico longa de sci-fi oitentista de terror que quis mergulhar na onda de Alien (1979). E é óbvio que a cópia não chega aos pés do longa dirigido por Ridley Scott.

 




A premissa da película é a seguinte: um grupo de astronautas parte em uma missão de salvamento em um planeta com o nome impronunciável. Chegando lá, é claro, são recepcionados por uns alienígenas feiosos. Os primeiros 40 minutos do filme são uma mistura nada empolgante de Star Trek, com alguns encontros mortais entre a tripulação e ETs. O resultado do filme poderia ser ainda pior, caso estivéssemos diante de um elenco de canastrões, mas não é o caso. Eles são atores muito comprometidos. Temos um time de estrelas do terror, como Robert Englund, Sid Haig e Grace Zabriskie. O problema do filme reside no roteiro. Por alguma razão, ele começa como um longa de sobrevivência alienígena, e termina como um desafio, onde os integrantes da nave precisavam derrotar um mestre do planeta. Em dado momento, Sid Haig, procurou o produtor do filme e pediu que pudesse interpretar seu personagem com pouquíssimas falas, quase mudo. Corman perguntou a razão. Haig disse: "Você já leu o roteiro?" O ator não achava que seus diálogos combinassem com o personagem. Em uma indústria onde os atores lutam para terem mais falas e destaque, no caso de Galáxia do Terror, o script era tão ruim que o elenco exigia que pudessem falar menos em cena.
 




Outra questão ridícula: a cena de estupro alienígena. No roteiro original, a atriz seria devorada por uma criatura. Mas, de última hora, o diretor resolveu que seria uma ótima ideia que ela fosse violentada sexualmente por uma espécie de verme gigante. É o tipo de coisa que eu sempre digo. É um tipo de erotismo que não se encaixa narrativamente. Está ali de forma gratuita. E eu vou bater nessa tecla quantas vezes eu achar necessário. Faria muito mais sentido se tivessem mantido o curso inicial da história. Todos os personagens masculinos, até aquele momento, foram mortos pelos aliens em cenas sangrentas. Por que essa mudança brusca de modus operandi dos monstros? Eu entendo que existem películas que exijam cenas de nudez e erotismo, mas realmente, se você assistir esse filme, você vai concordar comigo que isso foi um grande equívoco. É apenas um diretor, em situação de poder, sendo absolutamente babaca.





Mas falando um pouco do Robert Englund, o dono desse especial, o ator está muito bem no filme. Adorei ver ele com vários diálogos, com mais oportunidades em cena. E, por incrível que pareça, em muitos momentos do Eaten Alive, eu tive uns relances rápidos do que viria a ser futuramente o Freddy Krueger, talvez pela questão da postura do personagem. O Buck e o Freddy têm uns pontos em comum, talvez seja até uma coisa do Robert. Mas em Galaxy of Terror eu vi outro ator. Um artista completamente diferente. Até esqueci que era o mesmo cara que tinha aterrorizado a minha infância. É um verdadeiro camaleão. O longa não é bom, mas o personagem do Robert é bem construído. Mas é um mérito dele. O Sid Haig também está muito bem em cena. Alguma coisa a gente sempre pode salvar de um filme ruim, não é mesmo?

 










 



Galáxia do Terror (Galaxy of Terror)

Ano: 1981

Direção: Bruce D. Clark

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