Meus filmes favoritos da semana (24/07 – 29/07)




 


A Hard Day (2014) – Direção: Kim Seong-hun

 



A Hard Day é um thriller eletrizante, cheio de desdobramentos surreais. O filme acompanha o dia infernal do detetive Go Geon-soo (Lee Sun-kyun). Ele sai do velório de sua mãe para atender a um chamado da delegacia onde trabalha e atropela um andarilho. Desesperado, resolve esconder o corpo da vítima no caixão de sua genitora. Desse momento em diante, o caos se instaura na vida do policial.

O roteiro é bem interessante, pois subverte o filme policialesco padrão. Ele não tem medo de flertar com o absurdo, presenteando a audiência com momentos recheados de um senso de humor obscuro refinado.

 

 Grey Gardens (2009) – Direção: Michael Sucsy


 


Jessica Lange e Drew Barrymore formam uma dupla poderosa para contar a vida de duas mulheres completamente reclusas em uma casa caindo aos pedaços, vivendo em um mundo de fantasia. Edith Ewing Bouvier Beale e Edith Bouvier Beale eram parentes de Jackie Kennedy Onassis e viviam na alta roda dos ricos de Manhattan. Residiam em uma mansão majestosa em East Hamptons, a qual era chamada de Grey Gardens. Com a morte do ex-marido de Edith, a renda da família diminui palpavelmente e a dupla passa a enfrentar sérias dificuldades econômicas. Acumuladoras compulsivas de gatos e outros objetos, com o passar dos anos, sua casa se transforma em um ambiente totalmente insalubre.
Em suma, o filme dramatiza o documentário de 1976, o qual foi dirigido pelos irmãos Maysles. Com o auxílio da ficção, o diretor Michael Sucsy consegue trazer mais nuances para essa história ao mostrar os eventos que antecedem a tragédia pessoal dessas mulheres.
 

Burning (2018) – Direção: Lee Chang-dong


 


Jong-su (Yoo Ah-in) reencontra uma amiga de infância Hae-mi (Jeon Jong-seo). Como ela tem uma viagem marcada para o exterior, a jovem pede que Jong-su tome conta de seu gato de estimação. Depois de passar algum tempo presa no aeroporto, Hae-mi faz amizade com Ben (Steven Yeun), um jovem rico e misterioso. Eles se tornam inseparáveis. Em uma visita à casa de Jong-su, Ben confessa um segredo um tanto peculiar. Alguns dias depois, Hae-mi desaparece sem deixar rastros. Jong-su passa a desconfiar de Ben e parte em uma investigação por conta própria para tentar encontra sua amiga. O longa é um suspense muito bem construído, recheado de ambiguidade e excelentes performances. É fascinante como a tensão entre os personagens é construída pelo diretor. Você não consegue desviar o olhar em nenhum momento. 
 
 

Hunter Hunter (2020) – Direção: Shawn Linden



Uma família vive em uma cabana na floresta, sobrevivendo através da caça. A paz do local é ameaçada com a aparição de um lobo muito agressivo. Para capturá-lo, o patriarca da família se embrenha no meio da mata, deixando a esposa e a filha para trás. Durante a busca, ele descobre a presença de uma criatura muito mais maligna do que aquela que procurava.

É preciso dizer que o filme tem uma narrativa bem simples, sem muitos sobressaltos. É extremamente clichê. Em um primeiro momento, achei que seria falta de imaginação do roteirista, mas essa escolha foi feita propositalmente. Ao suprimir a violência ao longo da película, ele prepara o espectador para a sua cartada final, ao concentrar toda a brutalidade do longa no momento catártico visceral de Anne (Camille Sullivan).
 
 

Secret Sunshine (2007) – Direção: Lee Chang-dong



Lee Shin-ae
(Jeon Do-yeon) resolve reconstruir sua vida na cidade natal de seu falecido esposo. Um evento trágico muda completamente suas intenções.

Esse filme é a união de dois gigantes da atuação da Coreia do Sul, os atores Song Kang-ho e Jeon Do-yeon (que inclusive ganhou a Palma de Ouro em Cannes por esse papel). Eles estão totalmente entregues para essa narrativa devastadora. É uma produção que consegue expressar de forma magistral todas as fases do luto na figura dessa mulher despedaçada.
 
 



Kamome Diner (2006) – Direção: Naoko Ogigami

 
 


Sachie (Satomi Kobayashi) é uma imigrante japonesa em Helsinque (Finlândia). Ela abre um café no local. Em uma visita a uma livraria, ela conhece uma turista vinda do Japão, Midori (Hairi Katagiri) As duas se aproximam e ela passa a ajudá-la no pequeno estabelecimento. Logo surge Masako (Masako Motai), uma japonesa que chega na Finlândia para um período de férias, perde sua mala e começa a frequentar o café. 

Kamome Diner, dirigido pela cineasta Naoko Ogigami, é um filme muito simples, simpático e perspicaz, pois consegue falar de forma tão profunda sobre tópicos tão carregados de melancolia usando uma ambientação cheia de alegria. O café é grande reduto de pessoas extremamente solitárias que se encontram e, mesmo com as barreiras linguísticas, conseguem se entender. Afinal de contas, como Origami descreve muito bem em seu roteiro, a solidão e a tristeza são iguais em qualquer parte do planeta.

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