Audrey Rose (1977) — Direção: Robert Wise

 


 

Analisando um pouco a produção cinematográfica dos anos 70, é fácil constatar que nessa década foram lançados muitos filmes de horror com uma pegada religiosa. O Exorcista (1973) talvez seja o maior deles. Um desses exemplares chama-se Audrey Rose (1977).

 

O filme é uma adaptação de um livro homônimo escrito pelo Frank De Fellita. Ele também assina o roteiro da película. A direção é do icônico Robert Wise, responsável por clássicos como A Noviça Rebelde e Amor, Sublime Amor. No elenco, temos Sir Anthony Hopkins

O longa acompanha a menina Ivy. Ela passa a ter surtos assustadores conforme se aproxima a data de seu aniversário. Nesse meio-tempo, um homem passa a seguir os pais da garotinha. Ele também está sempre esperando por Ivy na saída da escola. Assustados, eles procuram a polícia, mas nada pode ser feito. Tentando entender a razão daquela perseguição, os pais de Ivy baixam a guarda e aceitam se encontrar com o stalker. Elliot Hoover (Hopkins) finalmente se apresenta e afirma que a filha do casal é a reencarnação de sua filha Audrey Rose, a qual morreu queimada em um trágico acidente. Com a aproximação de Elliot, Ivy começa a ter ataques cada vez mais violentos. Em um deles, seus dedos parecem ter sido queimados. Ela só se acalma na presença de Hoover.

O filme é muito interessante quando se concentra nesse lado sobrenatural. A atriz que interpreta Ivy, Susan Swift, é uma garotinha muito talentosa. Audrey Rose é o seu filme de estreia. As cenas que ela divide com Hopkins são emocionantes. O problema é que o filme vai perdendo ritmo e torna-se rapidamente um drama religioso muito piegas. Eu tenho a impressão que eles tentaram reproduzir algumas coisas do O Exorcista no longa, principalmente nas cenas finais. Acho que essa tentativa é compreensível, pois o longa dirigido pelo William Friedkin é o filme de horror mais bem-sucedido daquela década, e o cinema é uma arte repetitiva. Só que nada funciona! Apesar da boa atuação de Susan Swift nesses momentos, o longa já estava contaminado por um clima nonsense. Nada faz muito sentido.  Anthony Hopkins e Marsha Mason, que faz a mãe da garotinha, apresentam uma atuação muito afetada e artificial nos minutos finais. E isso ocorre,  pois o roteiro infelizmente migra para um lado muito forçado e sentimentalista a partir do seu segundo ato.

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