Oldboy (2003) — Direção: Park Chan-wook




Oldboy (2003), longa dirigido por Park Chan-wook, não é um filme. É um acontecimento cinematográfico! E essa obra de arte do cinema sul-coreano está voltando para os cinemas brasileiros em versão remasterizada. O longa impressiona em todos os aspectos: roteiro, direção, montagem, atuação. Choi Min-sik é uma verdadeira força da natureza na pele de Oh Dae-su, um homem comum que é capturado por homens misteriosos durante uma noite de bebedeira. Ele fica quinze anos em uma espécie de cativeiro, tendo apenas uma televisão como companhia. Movido pelo ódio e pela ansiedade que sente, ele vai se transformando em uma espécie de "monstro". Quando é finalmente liberado, Dae-su é um homem totalmente animalesco. Ele parte em uma jornada de vingança para descobrir quem está por trás de seu sequestro.


O que mais me cativa nesse filme é a forma como o diretor Park Chan-wook desconstrói a vingança. Ele faz isso com maestria em sua famosa trilogia. O cinema construiu ao longo de sua história essa premissa de que a vingança é um objeto de redenção. Em Oldboy, Dae-su e Lee Woo-jin (Yoo Ji-tae) são dois homens consumidos pelo ódio. Ao se vingar, eles acreditam que vão conseguir alcançar algum tipo de reparação, mas vão afundando ainda mais profundamente em seus dramas pessoais.

Mesmo depois de vinte anos, Oldboy ainda é um filme extremamente impactante, violento e provocativo. Ele toca em temas que embrulham o estômago. Além disso, o longa pode ser lido como uma representação simbólica de toda a ansiedade sentida pelo povo sul-coreano no fim da década de 90. O país foi varrido por uma profunda crise econômica que abalou os tigres asiáticos em 1997. Pela tevê, Daesu vê o país abraçar a selvageria globalizada do capitalismo, enquanto ele também acessa seu lado mais perverso.


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