Veronica Lake

 

                                   

 

Veronica Lake é uma das maiores divas do cinema hollywoodiano. Dona de uma beleza angelical, a atriz, além de ter sido muito bem-sucedida nas telonas, transformou-se em um padrão estético almejado por muitas mulheres. Todas queriam copiá-la, principalmente o penteado clássico de Lake, conhecido como peek-a-boo, que era a sua marca registrada: os longos cabelos loiros, levemente ondulados, meticulosamente alinhados, escondendo levemente um dos seus olhos.

Veronica foi uma das grandes estrelas do cinema dos anos 40 e esbanjava na tela carisma e talento. Começou sua carreira em 1939, trabalhando como figurante dos estúdios MGM, com uma participação em Adolescência, filme de John Farrow. O seu primeiro papel de destaque foi Sally Vaughn em Revoada das Águias (1951), dirigido por Mitchell Leisen. Depois disso, sua carreira finalmente explodiu. Lake protagonizou várias produções até o ano de 1954, quando finalmente desistiu de atuar em Hollywood. Ela chegara a participar de mais duas produções em 1966 e 1970, mas bem longe da Califórnia. 

E qual a razão de Veronica estar na lista de Mulheres Fantásticas do Horror? Lake protagonizou duas produções do gênero. A primeira é a comédia Casei-me com uma Feiticeira (I Married a Witch/1942), dirigido por René Clair. No longa, Veronica interpreta Jennifer, uma bruxa que precisa se vingar de todos os homens da família de seu algoz, o qual a perseguiu e a condenou à morte na fogueira.  Mesmo que não seja um filme de horror puro, todos os elementos de longa-metragens de bruxaria estão presentes na película.  

Seu último filme é a produção independente de terror Fleash Feast (1970), a qual também é produzida pela estrela. A história, filmada na Flórida, não poderia ser mais absurda. Um grupo de nazistas hispânicos se apossa do corpo de Hitler e planeja revivê-lo para controlar o mundo. Veronica interpreta a Doutora Elaine Frederick, uma cientista maluca, disposta a ressuscitar o ditador.   

 

Fim de carreira prematuro

 

Veronica Lake nasceu no Brooklyn, Nova York, em 14 de Novembro de 1922. Seu nome de batismo é Constance Frances Marie Ockelman. Foi diagnosticada com esquizofrenia na adolescência e, por não aceitar o diagnóstico, e não existir um tratamento adequado na época que não envolvesse eletrochoques ou lobotomia, Veronica preferiu seguir a vida com os desafios da doença e tinha muitas dificuldades em lidar com os sintomas decorrentes da patologia. Empurrada ao estrelato por sua mãe, a qual queria que ela fosse uma estrela, por um bom tempo, Lake conseguiu esconder seus problemas, mas logo suas mudanças de humor nos sets começaram a afetar seus trabalhos. Alguns atores não queriam mais trabalhar com ela. Passou a ser considerada uma pessoa “difícil”. Veronica também queria diversificar sua carreira de atriz, mas ficava sempre presa ao estereótipo de símbolo sexual. Isso a incomodava muito. A maneira que Veronica encontrou para tratar seus problemas emocionais e sua frustração com a carreira foi o abuso de álcool. Ela começou a chegar para gravar tão entorpecida que precisava ser mandada para casa para se recuperar. Também passara a não decorar suas falas. O vício também prejudicou sua vida pessoal. Veronica passou por três divórcios bastante tumultuados. A estrela morreu nos anos 70, vítima de cirrose, aos 50 anos de idade. Em seus últimos anos, Veronica vivia em Nova York, muito longe de Hollywood, de onde saiu para tentar se recuperar. Há quem diga que Lake se refugiou em sua terra natal para ser esquecida.  Em sua biografia, Veronica: The Autobiography of Veronica Lake, a atriz refletiu sobre sua passagem pela indústria do entretenimento: “eu tive que sair. Eu nunca fui psicologicamente destinada a ser uma estrela do cinema". 

Apesar de ter passado pouco tempo em Hollywood e ter enfrentado vários desafios, Veronica deixou seu nome gravado na história da sétima arte. Foi muito mais do que um penteado. Deixou um grande legado artístico. Atreveu-se a ser rebelde em um período em que as mulheres precisavam ser todas iguais. Só lamento que Lake nunca tenha recebido ajuda especializada para cuidar de saúde. Isso teria garantido que pudéssemos apreciar por mais tempo seu enorme talento... onde ela desejasse.

 


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